sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O TERCEIRO BOTÃO


O TERCEIRO BOTÃO
(Edge Veniale)

Quem dera que houvesse dois botões.
Um verde: Apaixonar.
Um vermelho: Desapaixonar.
Quem dera que quando se apertasse o primeiro
pudéssemos “viajar”, esquecer de tudo, delirar.
Pudéssemos ser felizes, crescer, amar e ser amados,
Pois, estamos apaixonados.
Ser sensato, ter os pés no chão.
Ah!  Quem dera que houvesse tal botão.
Iria pressioná-lo todo dia.
Quem sabe toda hora.
Iria sempre buscar o equilíbrio, a paciência,
as coisas simples, a alegria.
Iria fazer com que os nossos gostos combinassem.
Que nós não brigássemos e não magoássemos o coração.
Quem dera que eu pudesse apertar esse bendito botão.
Iria ser bom. Iria ser muito bom.
Mas se por outro lado...
A mágoa, a insegurança, o ciúme já nos consumissem.
O rancor, o ódio já nos comesse.
E a infelicidade fosse um golpe profundo.
Eu imediatamente apertaria o segundo.
Ficaria novinho em folha, intacto.
Esqueceria tudo num passe de mágica.
Não teria medo do costume, da solidão.
Ah! Se existisse um segundo botão.
Iria pressioná-lo todo dia.
Quem sabe toda hora.
Ao primeiro sinal de tristeza,
quando não houvesse mais beleza eu detonaria.
Tiraria a poeira do corpo depois da explosão
e seguiria firme adiante em busca do outro botão.
Quem dera, seria muito bom.
Mas...Quem dera mesmo
era se existisse um terceiro botão. Um botão sem cor.
Que me fizesse ser mais corajoso e menos sonhador.
Aí sim...Iria ser muito bom.

Um comentário:

  1. Estava com uma dor no coração que não passava nunca. Quem dera que existisse um desses botões.

    ResponderExcluir